As Crônicas de Julie e Vicky - A floresta

A tempestade da floresta negra tinha acabado de passar, foi longa , durou horas, dias!? enquanto isso Julie e sua irmã corriam sem parar, a chuva gelada batia no rosto, congelava os ossos, mas nada seria  capaz de faze-las parar. E sempre foi assim, uma jamais abandonaria a outra, muito menos a missão. Culpa, arrependimento não existiriam nessa dimensão enquanto elas não as permitissem entrar

... um dia nenhum mal poderá penetrar mais o coração delas. Mas elas ainda teriam muito a aprender até chegar nesse ponto. Por enquanto só queriam chegar na casa do Mestre...como era mesmo o nome dele!? porque confiavam tanto em cada palavra que ele dizia mesmo? Agora não era tempo de duvidar...mas de seguir, com medo, com frio, mas seguir. Afinal se não andassem pra frente, inevitavelmente andariam para trás, e não queriam voltar pra floresta assustadora que tiveram de passar. 

As árvores conheciam os piores medos, o lado mais obscuro e obceno que um ser humano pode ter. E fariam de tudo para faze-lo vir a tona. Entrando na mente de uma pessoa com relativa facilidade. Muitos que passam ali nunca mais conseguem sair, enlouquecem, são consumidos pela própria maldade. Por pouco Julie e Vicky não enlouqueceram. Mas elas tinham algo, um algo a mais que as fez escapar, talvez se chame coragem, talvez se chame amor, talvez se chame até loucura.... talvez seja uma mistura perfeita dos três.

Pararam  próximas a um lago muito azul, contornados por todas sorte de cor de flores, um manto verde preenchido por flores lindas, o cheiro era inebriante....O sol saiu, com ele um arco-íris. E enquanto comemoravam o sol delicado secava suas roupas, esquentando cada osso novamente,   se sentiam mais vivas do que nunca. Foram vencedoras.  A floresta lhes torturou, assustou, quase as partiu. Mas ao mesmo tempo lhes deu  mais força e coragem do que nunca. E sabiam disso,  então se deitaram um pouco pra descansar , riam uma pra outra, enquanto se entreolhavam com olhos estelares e satisfeitos. 

-Julie, O importante não é atingir o destino.

-Não Vicky, o que importa é aproveitar a estrada ,sempre dizíamos...

-É!essa estrada tem nos dado tanto, o destino é pobre, finito....mas a estrada tem muito a dar, é fonte de riquezas infinitas. 

Confortável, deitada no chão amaciado pela grama, Julie sorri;

-Vamos ficar um pouco, o mestre pode esperar.