Luzes que faíscam no caos

Alguém por um acaso "viaja" o tanto quanto eu pra parar pra pensar de vez em quando na matéria da qual somos compostos? algo além dos paradigmas da ciência me faz notar que somos além de um emaranhado descontínuo de átomos, luz. Tipo as estrelas! Já parou pra pensar que toda essa solidez, tudo isso que vemos e chamamos de realidade na verdade não passa de um bando de partículas indo pra lá e pra cá estupidamente rápido? e se for parar pra pensar aonde isso leva....mais além, nada nos diferencia do chão que pisamos, do lixo que produzimos, do esgoto que corre escondido e fétido  pela cidade. Mas afirmo com todas as letras também que nada nos diferencia também do insólito céu azul que nos abriga, do mar maravilhoso e infinito que nos surpreende, da flor que tudo perfuma e embeleza tudo pra um dia murchar e cair. 

Quem somos nós afinal pra pensarmos que devemos dominar o mundo dessa forma destrutiva e peculiar, quando destruímos a natureza com certeza vai uma parte de nós, porque somos todos um só...só somos algo quando nos conectamos com tudo. E algo de muito divino corre em nossas veias, pulsa em nossos corações, pra fazer um punhado de partículas em total caos submergir e virar um ser humano, o que é um ser humano enfim? um todo igual a tudo, uma parte que não sabe que faz parte do todo, um tudo e um absolutamente nada, se não formos o divino, a essência, a alma ... me diga, o que te diferencia tanto do resto dos objetos do universo? Seja o próprio universo, somos seres infinitos e essa frase ressoa e ressoa nos meus textos esperando fazer sentido para alguém...A beleza , o elo que reúne tantas partículas iguais e torna tudo diferente é um tecido frágil que gosto de chamar de presença divina. 

Dizem que nascemos ricos, mas a medida que crescemos vamos ficando pobres, cheios de si, cheios de ego, dúvidas e materialismo, o pior não é ir perdendo a visão pior... o pior é perder a beleza de saber ver em simplicidades, minúcias, um mundo espetacular. Vamos esquecendo e perdendo todas as raízes que o universo com tanta generosidade nos deu, e claro ficamos infelizes. Afinal quando se é luz, não se vive para nada além de o próximo, e tudo quanto próximo iluminar.